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Astrid Fontenelle

Apresentadora aprende a ficar quieta e ouve histórias de amor no aeroporto

Divulgação/GNT

Astrid Fontenelle circula pelo aeroporto de Guarulhos para o Chegadas e Partidas, do GNT - Divulgação/GNT

Astrid Fontenelle circula pelo aeroporto de Guarulhos para o Chegadas e Partidas, do GNT

FERNANDA LOPES

Publicado em 4/3/2018 - 6h04

Após dois anos fora do ar, o programa Chegadas e Partidas reestreia no GNT nesta quarta (7) com muitos relatos de histórias de amor, algumas triunfantes, outras proibidas ou inusitadas. A apresentadora Astrid Fontenelle passou cinco meses no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para garimpar dramas de passageiros. No comando do programa desde 2011, ela conta que virou praticamente parte do aeroporto: procura não chamar muita atenção e ficar quieta, como uma boa ouvinte.

"O Chegadas e Partidas é um programa que precisa ser feito por uma pessoa que tenha maturidade e experiência de vida e profissional. É um programa em que eu aprendi a ouvir, ficar calada ouvindo a história que estão me contando. É meu melhor exercício de empatia. Eu sou muito acostumada a falar na televisão, porque no Saia Justa eu sou a mediadora, tenho que interromper. No Chegadas, não. Desde a primeira temporada minha prioridade é ouvir o outro", afirma.

Contratada do GNT desde 2007, Astrid gravou sete temporadas do Chegadas e Partidas entre 2011 e 2015. Ela revela que o canal tinha até decidido não produzir mais episódios, mas tirou programa da gaveta após pedidos do público.

"O GNT achava que as histórias se repetiam, era melhor acabar no sucesso do que ter uma baixa. Mas era uma coisa meio incerta, tanto que eu tinha no meu contrato o Chegadas e Partidas mesmo no tempo em que a gente ficou parado. Mas voltamos atendendo a pedidos, as pessoas nunca deixaram de perguntar pelo programa, estavam o tempo todo mandando mensagens nas minhas redes sociais, nas redes do GNT. É um programa querido", conta.

Em jornadas de seis horas por dia, Astrid caminha com uma produtora pelo aeroporto para encontrar histórias marcantes. De fato, há tramas que se repetem, como de mães chorosas pelos filhos que vão estudar fora. Histórias que já foram muito contadas são descartadas, mas a apresentadora se diz uma "ninja" na observação de pessoas e detalhes que podem render uma entrevista interessante.

"A gente [a equipe] faz muita questão de não aparecer no aeroporto, de ficar meio transparente lá. Vamos na miúda, na discrição, para conquistar a confiança das pessoas, já que a gente está invadindo a privacidade delas", explica.

divulgação/GNT

Astrid acompanha participante do Chegadas e Partidas que espera familiares no aeroporto

Foi assim que ela descobriu a história de uma mulher, toda arrumada, que esperava a chegada de seu amante. Ela ficou nervosa ao ver a câmera ligada, mas aceitou dar o depoimento apaixonado na expectativa de que, quando o programa fosse ao ar, já tivesse terminado seu casamento para ficar com o amado. "Essa é bem interessante, chega a ser engraçada", diz Astrid.

Outra história de amor que mexeu com a apresentadora foi a de um casal gay formado por duas garotas muito jovens que iam morar juntas fora do Brasil. A mãe de uma delas estava feliz o relacionamento, mas a outra...

"Era muito dura, o olhar dela de reprovação era absurdo. Falou que ia perder a filha. Mas a outra mãe disse que não. Ela é que já havia perdido um filho, morto num acidente de bicicleta. É um tapa na cara", lembra.

"As separações de mães e filhos ainda são histórias clássicas [de aeroporto], são bem doloridas. Mas a gente viu que no início, há sete anos, a questão do relacionamento gay ainda era meio discreta, falada em entrelinhas, e hoje não”, opina Astrid.

Nesse sentido, a apresentadora acredita que o Chegadas e Partidas consegue se manter relevante por mostrar as transformações nos costumes e na sociedade.

Ela observa, por exemplo, que no mandato de Dilma Rousseff (2011-2016) na Presidência havia muitos jovens saindo do Brasil para estudar, com bolsas oferecidas pelo governo. Hoje, há mais gente formada buscando oportunidades fora do país.

E há também o fator emoção, que não perdeu o apelo ao longo dos anos. "Cada um tem o seu jeito de contar sua história. Se eu olho pra alguma pessoa e vejo que ali tem um choro quase descontrolado, eu vou ouvir, sem medo, sem pressa. Tenho todo o tempo do mundo. É um programa que a gente se emociona e aprende muito com a experiência dos outros", afirma.

Uma produção da Cine Group para o GNT, a nova temporada do Chegadas e Partidas irá ao ar às quartas, a partir das 22h30.

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