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Pânico, 10 anos

Alan Rapp: 'Qualquer piadinha fora de contexto vira uma catástrofe'

Divulgação

Alan Rapp entre Wellington Muniz, o Ceará, e Márvio Lúcio, o Carioca - Divulgação

Alan Rapp entre Wellington Muniz, o Ceará, e Márvio Lúcio, o Carioca

DANIEL CASTRO

Publicado em 28/9/2013 - 9h39
Atualizado em 28/9/2013 - 11h15

Alan Rapp é o diretor mais longevo do Pânico. Está no comando do humorístico desde maio de 2008. Sob seu governo, o programa subiu no Ibope, atingiu os tão sonhados dois dígitos e passou a flertar com a liderança, mesmo que por alguns minutos.

Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, Rapp fala dos piores momentos do programa que hoje completa dez anos de existência. "Foi o período da troca de emissora, foi muita correria, stress em dobro e adrenalina ao extremo", lembra.

Fala também dos momentos de glória: as invasões do Oscar e do set de gravação do reality show A Fazenda, da Record. E reclama do patrulhamento ao humor praticado pelo Pânico. "Hoje qualquer piadinha fora do contexto já vira uma catástrofe", protesta.

Confira:

Notícias da TV - Como é o processo criativo do Pânico? Vocês têm uma reunião semanal? As ideias vão surgindo durante a semana?

Alan Rapp - Temos duas reuniões semanais em que são definidas as matérias com eventos de terceiros, festas de novelas, jogos, festas de aniversário de famosos, eventos em geral. Também decidimos as nossas matérias e quadros do programa nessas duas reuniões, mas durante toda a semana ficamos ligados em factuais que possam ser inseridos no conteúdo do programa. Nessas duas reuniões, todos estão aptos a falar as suas idéias e sugestões, todos são ouvidos, desde o estagiário até o elenco.

NTV - Quantas pessoas você lidera?

Rapp - Atualmente, cerca de 40 pessoas, sem contar o elenco do programa.

NTV - Desde quando você está no Pânico? É o diretor mais longevo?

Rapp - Eu entrei no Pânico em fevereiro de 2004, era o programa de número 25. Lá na Rede TV!, fizemos 431 programas e na Band, 79. São 510 programas, eu pude até agora participar de 485. Entrei como coordenador de produção em 2004 e, em maio de 2008, assumi a direção do programa e, por enquanto, sou o diretor que conseguiu ficar nais tempo.

NTV - Qual foi o momento mais difícil dessa jornada? E o mais gratificante?

Rapp - Pra mim e para a equipe, o momento mais difícil foi o período da troca de emissora, foi muita correria, stress em dobro e adrenalina ao extremo, mas superamos essa fase. Sem dúvida, o momento mais gratificante pra mim foi quando invadimos o Oscar com o Impostor, a invasão da Fazenda em 2009 e também a Operaçao Drone agora em 2013. As missões do Impostor em geral são extremamente difíceis. Quando ele cumpre a missão, a alegria é gigantesca!

Teve também o momento em que o Galvão Bueno fez a dança do siri em Monza, na Itália, com o Vesgo e o Silvio. O "Autoriza Silvio" também foi sensacional, quando a Sabrina entrevistou o Justin Timberlake também foi muito show! Quando o Bola entrevistou os caras do Jackass também curti muito. Teve também o momento que o Edu encontrou o Jim Carrey. São vários momentos marcantes, não irão caber nessa entrevista.

NTV - Você dirige o Pânico seguindo estratégias de audiência, obviamente. O que te guia nas decisões sobre o que vai ser exibido em determinado horário? Feeling? Concorrência? Real time do Ibope?

Rapp - A TV aberta vem sofrendo muito com as novas concorrências, jogos de vídeo, canais a cabo, internet etc. Cada vez mais, menos gente vê televisão aberta, o número vem caindo no mundo todo. Mesmo assim, ainda conseguimos atingir inúmeros brasileiros. O feeling e a concorrência são os fatores que mais influenciam na escolha da grade do programa, é claro. O real time também. Mas, como já estamos nesse horário faz tempo, já meio que dá pra saber quais são os melhores momentos do programa e qual público vem pra você em determinado horário, isso falando de participação dos telespectadores, de share.

NTV - O Pânico sofre muitos processos judiciais?

Rapp - Antigamente sim, mas hoje em dia esse número diminuiu bastante. É claro que como o Pânico cresceu, muitos querem se aproveitar e daí qualquer coisinha vira motivo de processo. Mas que acabam parando em primeira instância [na Justiça], muitos nem vão pra frente porque o juiz percebe a má intenção de quem nos processa.

NTV - Os críticos do Pânico dizem que o programa não produz exatamente humor, mas humilhações, constrangimentos. Como você reage a essas críticas?

Rapp - Na verdade, eu não reajo porque os críticos gostam de criticar tudo. Eu procuro reagir, sim, à reaçao dos telespectadores em determinadas situações. Dou valor e importância para os telespectadores que curtem o Pânico, porque os críticos nem assistem ao programa para terem o direito de criticar. Falar mal é fácil, o difícil é fazer, né?

NTV - Quais são os maiores desafios para se fazer humor hoje no Brasil?

Rapp - Hoje qualquer piadinha fora do contexto já vira uma catástrofe. Tem muita gente de olho nas piadas só para apontar o dedo na cara desse ou daquele humorista. Isso trava um pouco a sua mente, atrapalha a criação, prende você. Mas pode ser uma fase, um ciclo. Vai passar, espero.

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