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Perigo na sala?

TV 'espiã' que grava conversas é mais segura do que celular

Fotos Reprodução

Controle remoto por voz de TV conectada da Samsung, que grava conversa de telespectadores - Fotos Reprodução

Controle remoto por voz de TV conectada da Samsung, que grava conversa de telespectadores

EDUARDO BONJOCH

Publicado em 10/2/2015 - 17h01
Atualizado em 11/2/2015 - 12h24

Um alerta na política de política de privacidade de TVs conectadas da Samsung está deixando os consumidores preocupados. Quando o telespectador utiliza comandos de voz para controlar o aparelho, as conversas em frente à TV são gravadas e transmitidas para um servidor, colocando em risco a privacidade do telespectador. O televisor "espião", entretanto, pode ser considerado menos invasivo do que telefones celulares. 

Para Renato Opice Blum, advogado especializado em direito eletrônico, não há motivo para se alarmar _mesmo que você tenha feito ou falado na frente da TV coisas que não gostaria que ninguém ouvisse. “Garanto que é muito mais seguro utilizar sua TV com reconhecimento de voz do que outros dispositivos com o mesmo recurso, como smartphones e tablets”, afirma. “E vários fabricantes nem fazem esse tipo de alerta ao consumidor, como faz a Samsung.”

O televisor é mais confiável do que o celular porque só reconhece determinadas palavras pré-programadas, o que torna seu alcance restrito. O recurso de gravação só é acionado quando uma palavra pré-programada é dita. Ou seja, o televisor só gravará a frase "Vem cá, gostosa", por exemplo, se o usuário disser a palavra pré-programada "filme". Nos smartphones e tablets, não existe essa limitação, e as chances do aparelho “escutar” demais são muito maiores.

Existe também a questão da mobilidade. O celular acompanha o usuário o tempo todo, e o recurso acaba sendo usado com muito mais frequência do que no televisor instalado na sala de estar.

Em comunicado nesta terça (10), a Samsung revelou que emprega proteções e práticas de segurança padrão da indústria, incluindo criptografia de dados para proteger as informações pessoais dos consumidores e evitar a coleta ou o uso não autorizado. A empresa ressalta ainda que o reconhecimento de voz pode ser facilmente ativado (quando o ícone de um microfone aparece na tela) ou desativado, se o consumidor se sentir incomodado.

Ao consentir e ativar a função, os dados de voz do usuário são fornecidos a uma empresa terceira, cujo nome não foi citado, que transforma a fala em texto para a execução dos comandos com a ajuda de um servidor. A Samsung afirma que os dados não são armazenados ou redirecionados para outros fins.

Telespectador acessa com controle remoto menu de TV conectada da Samsung

Segundo Blum, a iniciativa da Samsung está correta e de acordo com o Marco Civil da Internet. Mas ele admite que o caso não ganharia tanta repercussão se houvesse mais clareza na hora de repassar essa informação ao usuário.

De acordo com a política de privacidade do fabricante de TVs, o consumidor deve estar ciente de que, “se suas palavras incluírem informações pessoais ou confidenciais, essas informações estarão entre os dados capturados e transmitidos para terceiros por meio do uso do reconhecimento de voz”.

Para Blum, a empresa deveria detalhar melhor como funciona e qual a finalidade de gravar os dados de voz. “É preciso deixar claro para o consumidor que o objetivo principal do recurso não é gravar mensagens para se escutar depois, mas, sim, aprimorar o serviço. Além disso, o usuário tem o direito de saber quem são os ‘terceiros’ que recebem as informações da casa do usuário.”

Espião na sala?

Segundo Nestor Panetta, especialista na área de segurança da informação, a hipótese de espionagem, especulada por alguns sites norte-americanos, parece absurda. “Não vejo vantagens para o fabricante se apropriar dessas informações com essa finalidade”, comenta. “E existem formas bem mais eficientes e baratas de se fazer espionagem.”

Além disso, ele lembra que a TV não grava as conversas o tempo todo e o recurso só entra em ação quando alguma frase ou palavra pré-programada é dita pelo telespectador. “Em tempos em que o microfone e a câmera do notebook e do celular estão sempre ligadas, a TV me parece o item mais inofensivo”, diz Panetta.


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