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Defeito

Quase metade dos eletrônicos quebra quando acaba a garantia

Dri Spacca/Notícias da TV

A blogueira Sheylla Nunes mostra defeito em televisor com menos de dois anos de uso - Dri Spacca/Notícias da TV

A blogueira Sheylla Nunes mostra defeito em televisor com menos de dois anos de uso

EDUARDO BONJOCH

Publicado em 19/9/2014 - 14h18
Atualizado em 23/9/2014 - 18h53

Pesquisa da Proteste, associação de defesa do consumidor, descobriu que 45% dos eletrônicos e eletrodomésticos comprados no Brasil quebram antes de dois anos de uso. O estudo também mostrou que 74% dos entrevistados que tiveram problemas preferiram trocar o produto por um novo a recorrer à assistência técnica. O alto custo dos reparos e a constante renovação tecnológica dos aparelhos, principalmente televisores e celulares, estimulam a substituição frequente.

Para a maioria dos clientes, a decepção começa cedo: 62% dos 800 consumidores ouvidos pela pesquisa já tiveram aparelhos quebrados assim que acabou a garantia do fabricante. Foi o que aconteceu com a blogueira e empresária Sheylla Nunes. Ela ficou surpresa quando a TV de 40 polegadas começou a dar defeito com menos de dois anos de uso.

“Primeiro apareceram duas faixas brancas na parte superior da imagem”, diz ela. “Mas, no último mês, o problema se agravou e as faixas e riscos já ocupam metade da tela.”

Conversando com as amigas, Sheylla percebeu que esse tipo de problema vem se repetindo com frequência. “Uma TV não pode ser descartável. Acho que esse tipo de aparelho deve durar pelo menos uns cinco anos, como no passado.”

Garantia de dois anos

Para Maria Inês Dolci, coordenadora da Proteste, a solução seria aumentar a garantia dos eletrônicos e eletrodomésticos no Brasil. Hoje, o Código de Defesa do Consumidor exige apenas três meses, embora os fabricantes de TVs, por exemplo, costumem oferecer um ano.

Por meio de uma petição, a associação quer pressionar a mudança da lei, ampliando a garantia legal para dois anos. “Em boa parte da Europa, a garantia do fabricante é de pelos menos dois anos; na Inglaterra, são seis”, explica Maria Inês. “Com a mudança na lei, os fabricantes terão que produzir aparelhos de melhor qualidade e os consumidores, consequentemente, ficarão mais tempo com os produtos. Dessa forma, todos saem ganhando: até o meio ambiente, com menos descartes.”

Vale a pena consertar?

De acordo com a pesquisa, 59% dos entrevistados se recusaram a procurar serviços de assistência técnica devido ao alto custo: optaram por deixar o produto com defeito de lado e comprar um novo. E dos que pediram orçamento, 81% não autorizaram o reparo por causa do mesmo motivo.

João Fernandes, que conserta televisores há 25 anos, percebeu uma mudança no comportamento dos clientes. “Prefiro ser franco mesmo e só costumo indicar o reparo se o custo final não ultrapassar 40% do valor de uma TV nova de mesmo padrão”, diz. Fernandes dirige uma assistência técnica no bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo, e trabalha com as principais marcas do mercado.

O problema é que nem sempre isso acontece. Casos como o da TV da blogueira Sheylla Nunes são muito comuns e se encaixam na categoria de consertos que não compensam. “Quando a imagem fica duplicada ou ganha indesejáveis listras, quase sempre é preciso trocar o painel. Dependendo do modelo, o custo final pode ser mais alto do que de uma TV nova”, explica o técnico.


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