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#MeChamaDeBruna

Série sobre Bruna Surfistinha volta com pedofilia, transexualidade e sexo gay

Divulgação/Fox

A atriz Maria Bopp interpreta a prostituta Bruna Surfistinha na série do Fox Premium - Divulgação/Fox

A atriz Maria Bopp interpreta a prostituta Bruna Surfistinha na série do Fox Premium

FERNANDA LOPES

Publicado em 22/10/2017 - 7h06

A segunda temporada de #MeChamaDeBruna, que estreia neste domingo (22), deixa para trás boa parte da biografia real da garota de programa Bruna Surfistinha para investir em tramas fictícias e impactantes. Dessa vez, a história tem como ponto central uma boate de luxo, palco de romances homossexuais quentes, uso de drogas, personagens transgressores, busca por fama e poder e até problemas familiares que envolvem pedofilia.

Após sair de casa para virar prostituta, Bruna Surfistinha (Maria Bopp) passou toda a primeira temporada em um "privê", uma casa simples em que as garotas de programa recebem muito pouco. Nos episódios inéditos, no entanto, ela já ganhou experiência e já sabe como circular por esse meio. A garota deixa de ser "funcionária" do privê e passa a fazer carreira solo na Paradise, boate de luxo.

No local, a jovem começa a usar drogas e se envolve com Miranda (Maitê Proença), apresentadora de um talk show popular e sensacionalista. Ela quer usar o drama de Bruna para ganhar audiência, e Bruna quer usar a exposição para conquistar fama e poder. A relação das duas fica mais íntima quando Miranda encontra os pais biológicos de Bruna, e elas dão início a um romance, com cenas de sexo.

"Bruna quer devorar o mundo, ser famosa, seduzir os homens, ter poder, dinheiro. Acho que o desafio é preencher a profundidade do vazio da Bruna, porque no fundo ela só quer ser aceita", diz Maria Bopp.

Divulgação/Fox

Maitê Proença em cena como Miranda na série

"Tem uma troca muito boa, [o romance] não é somente baseado no sexo. A relação entre as duas é tratada de forma muito sensível e sutil, mas é essencialmente uma relação de interesse", explica Jerome Merle, diretor de produção da Fox na América Latina.

Além do casal lésbico, há também um caso entre dois homens. Renê (Thierry Tremourox), o gerente do Paradise, se envolve com Lukas (Ariclenes Barroso), amigo de Bruna desde a época do privê. Merle afirma que as cenas entre os dois são capazes de provocar o telespectador sem apelar para a vulgaridade.

"A série não tem nada de agressivo, você pode provocar sentimento sem chocar. Tem uma cena de sexo linda de Renê e Lukas. Renê tem sexualidade ambígua, e o Lukas não, gosta de homem. A cena dos dois é muito mais no olhar e no beijo, apesar de estarem pelados. Não tem nu frontal. Apesar do Fox Premium te permitir muitas coisas, chocar por chocar não interessa", acredita.

Em tempos de censura à arte que remete à sexualidade, a alusão à pedofilia talvez seja a maior controvérsia em #MeChamaDeBruna.

Na série, o pai de Ketlyn (Isabelle Ribas), uma garota pré-adolescente, descobre que a mãe dela é prostituta (amiga de Bruna do privê) e decide tirar a menina de perto dela. Caminhoneiro, ele deixa a filha morando com um tio, que assedia a garota. O diretor de programação, no entanto, tenta minimizar o drama da menor de idade.

"Ele acaba tendo uma relação muito próxima com a sobrinha, a gente flerta um pouco com o mundo da pedofilia, de maneira bastante sutil. É muito mais uma questão de proximidade do tio com a sobrinha, um carinho a mais", defende.

A situação, no entanto, fica insustentável para Ketlyn, a ponto de ela fugir e ir morar com Georgette (Stella Rabelo), a mãe prostituta. A menina descobre então que sua mãe divide um quarto com Michele (Wallace Ruy), uma transexual, interpretada por uma atriz transgênero.

"A relação das duas é bem bonita, uma cuida da outra. Quem provoca tensão é a filha, que fica perdida [ao ver a mãe e uma transexual juntas]. É uma história que fica em aberto", o diretor.

divulgação/fox

A atriz Wallace Ruy interpreta a transexual Michele na segunda temporada da atração da Fox

#MeLlamaDeBruna
A ideia da Fox ao criar tantas tramas paralelas é estabelecer uma continuidade maior para a história e manter a curiosidade do telespectador na trama de Bruna, que já foi livro, filme e, na vida real, se esgotou desde que Raquel Pacheco deixou a prostituição e terminou a divulgação de suas memórias.

A equipe se surpreendeu ao ver que a primeira temporada de #MeChamaDeBruna fez mais sucesso nos países vizinhos do que no Brasil (onde é vista por uma base pequena de telespectadores, por estar em canal premium). A atração foi a maior da Fox na América Latina, segundo Merle.

Agora, o objetivo do canal é consolidar #MeChamaDeBruna no Brasil, com ficção e cenas sensuais, e aproximar ainda mais os países de língua espanhola da produção. Para ajudar, uma atriz argentina foi contratada para interpretar uma prostituta que bate de frente com Bruna na boate.

"Isso faz com que a gente tenha um quê a mais e aceitação na América Latina. É um elemento não só de marketing, mas de aproximação. Além disso, a gente tenta fazer o melhor conteúdo possível, histórias boas, tramas boas, personagens excepcionais. Não é sacanagem pela sacanagem", afirma o diretor de produção.

A segunda temporada de #MeChamaDeBruna irá ao ar aos domingos, no Fox Premium 1, a partir de 22h45. O sinal do canal estará aberto a todos os assinantes neste domingo.

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