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CARCEREIROS

Roteiristas se redimem do fracasso de Supermax com série sobre cadeia real

Marcelo Tabach/TV Globo

Rodrigo Lombardi em cena da série Carcereiros: Adriano é 'melhor papel de sua carreira', diz ator - Marcelo Tabach/TV Globo

Rodrigo Lombardi em cena da série Carcereiros: Adriano é 'melhor papel de sua carreira', diz ator

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 26/4/2018 - 5h20

Roteiristas de um dos maiores fracassos dos últimos tempos da Globo, a série Supermax (2016), o trio Marçal Aquino, Fernando Bonassi e Denisson Ramalho não teve medo de voltar ao sistema prisional para Carcereiros, que estreia nesta quinta-feira (26) na Globo. Para a nova empreitada, porém, trocaram o terror e o suspense pelo drama realista. Acertaram em cheio: a série foi premiada em uma feira de televisão em Cannes.

Enquanto Supermax abusava dos elementos sobrenaturais, Carcereiros se mantém com os dois pés no mundo real. Agentes penitenciários de verdade foram ouvidos para a escrita dos roteiros e até acompanharam a gravação da série, para que a equipe tivesse certeza de que estava no caminho certo.

"Eles ficavam no estúdio, estavam ali para contribuir", explica o diretor-geral, José Eduardo Belmonte, também egresso de Supermax. "Contribuíam principalmente falando: 'Não é assim que faz'", brinca o protagonista Rodrigo Lombardi, que considera o carcereiro Adriano o melhor trabalho de sua carreira.

Os agentes também surgem na própria série, em depoimentos de histórias que viveram no presídio de situações que se relacionam com as mostradas pelos personagens fictícios. Assim, a produção ganha um tom quase documental, apesar de ser apenas livremente inspirada no livro homônimo de Drauzio Varella.

"O livro é composto de pequenos esquetes, que não renderiam um episódio inteiro. Então, precisamos criar uma história nova, os personagens que conduzem a narrativa. Mas sem o livro do Drauzio não existiria série, apesar de um não ter efetivamente nada a ver com o outro", explica Aquino.

reinaldo marques/tv globo

Marçal Aquino (à esq.), Fernando Bonassi e Denisson Ramalho, os roteiristas de Carcereiros

Ousadia na TV
Embora estejam em gêneros totalmente diferentes, tanto Supermax quanto Carcereiros são apostas ousadas da Globo: a primeira era uma rara incursão brasileira pelo terror, enquanto a segunda mostra sangue, escancara mortes brutais e é pontuada por palavrões como "caralho" e "filho da puta".

Lombardi também destaca a ousadia de usar um formato diferente daquele que o público está acostumado a ver na TV, em que tudo é entregue mastigadinho. "A grande vitória da série é a maneira como é contada. Foge totalmente da métrica do folhetim, não desmerecendo as novelas. Aqui, o valor da palavra é a grande moeda de troca. Cada palavra que é dita tem um peso, e o silêncio também", justifica.

Dessa forma, apesar de ter muitas cenas de ação, com direito a rebeliões, chacinas e sequestros, Carcereiros foca mesmo no psicológico. Não é à toa que a campanha de divulgação utiliza a frase: "Ele entra e sai da prisão, mas a prisão nunca sai dele".

"Ninguém passa pela cadeia sem se transformar", explica Aílton Graça, que ficou abalado mesmo gravando em um presídio que ainda não havia sido inaugurado.

Disponibilizada em junho do ano passado para assinantes da Globo Play, Carcereiros chega à TV com 15 episódios, sendo três deles inéditos. Eles funcionarão como uma ponte para a segunda temporada de 12 capítulos, atualmente gravada em uma fábrica desativada de São Paulo.

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