Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Instagram
Youtube
TikTok

TELL ME YOU LOVE ME

Há dez anos, atores de série da HBO tiveram de jurar que sexo era simulado

Divulgação/HBO

Os atores Luke Kirby e Michelle Borth em cena pós-sexo da série Tell Me You Love Me, da HBO - Divulgação/HBO

Os atores Luke Kirby e Michelle Borth em cena pós-sexo da série Tell Me You Love Me, da HBO

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 9/9/2017 - 7h01

Em 9 de setembro de 2007, há exatamente dez anos, a HBO estreava a série Tell Me You Love Me. Apesar de ter durado apenas uma temporada de dez episódios, a produção chamou a atenção por causa das cenas de sexo. De tão realistas, elas levantaram suspeitas de que os atores teriam transado de fato durante as gravações.

Logo em seu primeiro episódio, a série mostrou Carolyn (Sonya Walger, a Penny de Lost) masturbando seu marido, Palek (Adam Scott, de Parks and Recreation e Big Little Lies), até que ele tivesse um orgasmo. Uma sequência que resume bem a proposta da série, originalmente chamada de Sexlife (vida sexual, em tradução livre).

Tell Me You Love Me mostrava a relação de três casais em momentos diferentes de suas vidas: Jamie (Michelle Borth) e Hugo (Luke Kirby) estavam na casa dos 20 anos e tinham toda a efervescência sexual da juventude; Carolyn e Palek tinham 30 e poucos anos e já lutavam com a rotina da vida de casados; e Katie (Ally Walker) e David (Tim DeKay) estavam com 40 e tentavam manter a chama acesa.

Os três casais se consultavam com uma terapeuta, May Foster (Jane Alexander, quatro vezes indicada ao Oscar), uma senhora de 67 anos que também tinha uma vida sexual ativa com o marido, Arthur (David Selby).

Sequências de sexo oral e penetração também foram apresentadas ao longo de todos os episódios. A nudez dos atores era uma frequente, com seios, bundas e órgãos genitais à mostra, sem nenhum pudor. Assim, público e crítica começaram a questionar se os atos seriam simulados.

A diretora Patricia Rozema, que comandou os três primeiros episódios, revelou ao site canadense CBCNews que o roteiro da série pedia cenas de sexo pesadas. "Estava no texto. Depois que Carolyn masturba o marido, o script pedia para ela examinar o sêmen, como uma cientista. Você não pode pegar um roteiro desses e filmar de uma maneira que não seja realista", contou.

"Nada ali é real. Em um momento, bem no início da pré-produção, um dos produtores começou a circular a ideia de que a série teria sexo de verdade. E eu imediatamente disse: 'Então encontre outro diretor, porque eu não quero fazer isso'", lembrou ela.

O ator Adam Scott, que estrelava uma série pela primeira vez, revelou à revista BlackBook que Tell Me You Love Me fez o público assediá-lo com uma pergunta inusitada. "Todos queriam saber se era meu pênis mesmo na cena. Minha vontade era sair de casa com uma camiseta que tivesse a frase 'É uma prótese'", disse.

Scott também falou que deixou bem claro aos produtores da série qual seria o seu limite como ator para a exposição: "Na maior parte das cenas explícitas, eu não faria. Entendo que, se fossem reais, deixaria de ser uma série sobre a sexualidade humana e viraria um documentário".

A veterana Jane Alexander também teve de se pronunciar sobre a veracidade das sequências de sexo. "As pessoas têm uma tendência a acreditar que elas são reais, mas não são. Nosso sindicato jamais deixaria que nós fizéssemos sexo de verdade. E nós não faríamos, nem que deixassem", esclareceu ao site Zap2It.

Em meio à polêmica, a criadora da série, Cynthia Mort, preferiu desconversar. "Eu não imaginei que as pessoas estariam tão focadas no sexo. Eu só queria contar uma história sobre intimidade", disse ao jornal Los Angeles Times.

Com toda a repercussão e boa audiência, Tell Me You Love Me chegou a ser renovada para uma segunda temporada. Porém, Cynthia e a HBO não chegaram a um acordo sobre as histórias que gostariam de contar na nova leva de episódios, e a trajetória da série foi encerrada abruptamente após um ano.

Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.