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Tem como não amar Susanita?

Susana Vieira rouba a cena em novelas interpretando ela mesma

Divulgação/TV Globo

Susana Vieira interpreta Pilar em cena da novela Amor à Vida, da Globo - Divulgação/TV Globo

Susana Vieira interpreta Pilar em cena da novela Amor à Vida, da Globo

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 10/12/2013 - 13h57
Atualizado em 11/12/2013 - 21h10

Raras são as atrizes que conseguem manter um vigor midiático depois de anos de carreira. Por vigor midiático entenda “atenção das revistas de fofoca”. Fernanda Montenegro e Susana Vieira talvez sejam as poucas que se mantêm nas páginas de publicações e sites especializados.

Enquanto a primeira é laureada por seus trabalhos, a segunda tem a vida exposta por particularidades pessoais, como escândalos em casamentos ou vídeos viralizados na internet nos quais ora aparece tirando o microfone da mão da entrevistadora, ora constrangendo os telespectadores cantando temas das novelas em que atuou. Mas Susana Vieira só é o que é justamente por causa de sua personalidade.

Atualmente no ar como a Pilar, de Amor à Vida, ela também pode ser vista como a protagonista Ana, de A Próxima Vítima (1995), exibida nas tardes do canal Viva. São dois momentos distintos da carreira da atriz e dois desempenhos completamente destoantes. Em 1995, ela compôs uma mamma italiana com direito a gestual e sotaque paulistano, puxando os 'erres' e carregando na sonoridade das falas. Em Amor à Vida, apesar de a novela também se passar em São Paulo, Susana despreocupou-se com o sotaque e arrasta os 'esses' com aquele chiado característico da fala carioca.

Se a dona da cantina da novela de Silvio de Abreu emocionava o público com o drama da mãe que vivia dividida entre o amor de Juca (Tony Ramos) e Marcelo (José Wilker), dessa vez quem emociona é Susana Vieira. Pilar sofreu horrores na história. Foi traída diversas vezes pelo marido César (Antonio Fagundes), descobriu que o filho que tanto adulava não passa de um mau caráter e expulsou o amado Félix (Mateus Solano) de casa. O texto de Amor à Vida é tão arrastado e, por (muitas) vezes, tão declamado, que a piedade que o público sente não é por Pilar, mas sim por Susana Vieira, que tem de decorar páginas e páginas de falas sem um pingo de emoção.

De uns tempos para cá, Susanita passou a interpretar ela mesma em quase todos os papéis a que dá vida. Com exceção da visceral Maria do Carmo, de Senhora do Destino (2004), os últimos personagens da atriz mais pareciam com a própria Susana do que qualquer outra coisa. Tome como exemplo Lara Romero, de Lara com Z (2011) e Cinquentinha (2009), de autoria do amigo Aguinaldo Silva, que já declarou ter escrito o papel especialmente para ela. Lara é uma atriz voluntariosa e escandalosa, cercada de empregados e papparazzi. Lembra alguém?

Em Duas Caras (2007), também de Silva, Susana interpretou Branca, uma perua extravagante. Já em Mulheres Apaixonadas (2003), de Manoel Carlos, viveu Lorena, a dona de uma escola que tem um romance com um homem mais novo e seu empregado. De novo, lembra alguém? Aliás, ao que tudo indica, Pilar também terá um romance com o motorista da família Khoury, Maciel (Kiko Pissolato). A caracterização de Pilar, por sua vez, é uma “modesta homenagem” da atriz a ela mesma: a cor do cabelo é para lembrar a vilã Branca Letícia, de Por Amor (1997), uma das melhores interpretações de Susana na telinha.

Tudo isso é demérito? Muito pelo contrário. Só mesmo Susana Vieira é capaz de interpretar Susana Vieira. Não é por pouco que a atriz roubou a cena na estreia do novo Vídeo Show, ao relembrar os momentos de sua carreira. Sem um pingo de modéstia, ela divertiu o espectador e centralizou as críticas à reformulação do vespertino na sua aparição. Susana é, sem dúvida, um fenômeno de mídia e, é claro, uma excelente atriz. Como se diz nas redes sociais, tem como não amar Susanita?


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