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Análise

Protagonista prostituta rouba a cena em novela bíblica da Record

Munir Chatack/Record

Miriam Freeland em A Terra Prometida; atriz interpreta uma prostituta na novela da Record - Munir Chatack/Record

Miriam Freeland em A Terra Prometida; atriz interpreta uma prostituta na novela da Record

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 9/7/2016 - 8h10

Renato Modesto assina o roteiro de A Terra Prometida, a nova produção bíblica da Record, no ar desde a última terça-feira (5). Logo no primeiro capítulo, já deu para perceber que o texto da nova produção dá de dez a zero em Os Dez Mandamentos. A novela erra ao tentar fazer uma imitação pobre de Game of Thrones, da HBO, mas ousa e acerta ao trazer para o centro de uma história bíblica uma prostituta, interpretada por Miriam Freeland, que roubou a cena.

Mais épica e menos melodramática do que a anterior, A Terra Prometida aposta no dinamismo das movimentações das batalhas para conduzir o enredo. Desta vez, a emissora não comeu bola e colocou sangue nos embates de espada.

Apesar dos avanços no texto, a novela repete vícios de outras produções da Record, como a caracterização e os cenários artificiais, além das derrapadas nos efeitos de computação gráfica, tal qual na queda das muralhas de Jericó. E Deus com voz de locutor publicitário também continua lá.

Josué (Sidney Sampaio) herdou de Moisés (Guilherme Winter) a missão de conduzir os hebreus rumo à terrra prometida. Manter Sampaio no mesmo papel nas duas novelas foi uma boa decisão. O ator, já seguro no personagem, não encontrou problemas na hora de dar o tom ao protagonista que, como na Bíblia, enfrentará inúmeras batalhas para cumprir o seu objetivo.

Outra vantagem que a novela da vez leva em relação a Os Dez Mandamentos é o elenco, mais robusto, com nomes como Beth Goulart (Leia), Cristiana Oliveira (Mara), Milhem Cortaz (Calebe), Juliana Silveira (Kalesi) e Marcos Winter (Merodaque). A Record parece ter acordado para o fato de que investir em um bom time ajuda a alavancar seus produtos.

Grande destaque da primeira semana, Miriam Freeland roubou a cena na pele da prostituta Raabe, a mocinha sofredora que será poupada do massacre dos hebreus e com os quais passará a viver e a sofrer preconceito ao seu ofício. A personagem é forte e tem tudo para ganhar ainda mais destaque no folhetim _logo na primeira semana, Raabe já provou ter o melhor enredo da novela.

Porém, a insistência de se espelhar na série Game of Thrones (HBO) gera dois problemas para a novela: o primeiro é que a cópia é claramente pobre e fica devendo demais para a original, não só em termos de narrativa, mas também de produção. Nunca é demais ressaltar, Os Dez Mandamentos passou pelo mesmíssimo problema.

O segundo ponto é a falta de criatividade. Precisava mesmo tal inspiração em um momento em que a série americana é ovacionada no mundo todo por conta justamente da produção bem feita, qualidade que A Terra Prometida fica em débito? Cansativo, para dizer o mínimo.

Afora isso, a novela, ao priorizar o caráter folhetinesco em detrimento da doutrinação, ganha força. Há, obviamente, o lado evangelizador nas entrelinhas, mas com um tom bem menor do que o habitual visto em outras produções da Record.


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