Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Instagram
Youtube
TikTok

Crítica | Novela das sete

Jovem, colorida, ágil e divertida, Geração Brasil tem ótima estreia

Reprodução/TV Globo

Cláudia Abreu e Murilo Benício em cena do primeiro capítulo de Geração Brasil, nova novela da Globo - Reprodução/TV Globo

Cláudia Abreu e Murilo Benício em cena do primeiro capítulo de Geração Brasil, nova novela da Globo

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 5/5/2014 - 19h55
Atualizado em 5/5/2014 - 20h44

A proposta de juntar interatividade com folhetim não é exatamente nova, e a experiência transmídia mais bem sucedida entre novela e internet foi em Cheias de Charme (2012), não por acaso assinada por Felipe Miguez e Izabel de Oliveira, que estrearam nesta segunda (5) Geração Brasil, com direção de núcleo de Denise Saraceni, também parceira do trabalho anterior. E mais uma vez a mídia cumpre papel fundamental na história da dupla, que conta, ainda, com a ajuda da tecnologia para compor o enredo.

A narrativa gira em torno de Jonas Marra (Murilo Benício), homem inteligente e que, segundo sua mulher, Pamela (Claudia Abreu), tem uma “exceptional autoestima”.  Por falar no casal, eles surgem dançando na primeira sequência da novela. São jovens e já conquistaram a simpatia do público logo na primeira cena.  Pamela é estrela da televisão americana e, apesar de ser brasileira, tornou-se tão americanizada que se sente “a própria mineira do acarajé”. Claudia Abreu e Murilo Benício são a alma da novela.

Magnata da indústria tecnológica, Jonas nasceu no Brasil e fez carreira e fortuna nos Estados Unidos. Mas ele decide ir em busca de suas raízes e encontrar um novo gênio em sua terra natal. Para isso, propõe um reality show homônimo à novela para descobrir o novo cabeça da sua empresa.

A trama então regressa três meses para a cerimônia de renovação de votos do casal. Um clipe apresentando a história dos dois, ao estilo dos programas de celebridades americanos, é mostrado. Nele, vimos que Pamela visita refugiados na Jordânia e Jonas aparece ao lado de celebridades e políticos, como o presidente norte-americano Barack Obama.

O elenco é quase um repeteco de Cheias de Charme, mas os tipos vistos em cena são completamente diferentes _o que salva a trama atual de comparações. Os melhores exemplos são Claudia Abreu, sempre versátil, e Isabelle Drummond (Megan), atriz que conquista cada vez mais o público com sua atuação naturalista. As duas são mãe e filha. Há de se notar um certo desconforto no sotaque que as duas impuseram às personagens, mas nada que não possa ser corrigido com o tempo. Em relação a elas, vale o destaque para o figurino caprichado de Gogoia Sampaio.

A direção optou pela simplicidade e não ousou tanto, mas inserções gráficas no vídeo ajudaram a localizar o espectador e a dar um aspecto tecnológico que casa muito bem com o enredo principal. Indicar no vídeo o que as mensagens dos celulares dos personagens dizem também foi uma excelente saída (já vista em House of Cards). A novela abarca ainda romance e, sobretudo, humor, ingrediente que estava em falta no horário. Luis Miranda (Dorothy), Lázaro Ramos (Brian) e Rodrigo Pandolfo (Shin-Soo) estão impagáveis.

A descentralização inicial da novela é um ponto positivo, embora seja sabido que depois de um certo tempo a história irá se concentrar no Rio de Janeiro. O primeiro capítulo teve belas tomadas na Califórnia (Estados Unidos), na capital carioca e no Recife, onde o público viu cenas que fogem do Nordeste estereotipado, com personagens cômicos. É lá que mora a mocinha da trama, Manu (Chandelly Braz), uma jovem antenada.

Humberto Carrão, depois de um papel desafiador em Sangue Bom, surge com a difícil tarefa de interpretar o mocinho Davi. É um ator que cresce a cada trabalho e, embora agora tenha aparecido mais contido, tem grandes chances de deslanchar e ganhar a torcida do público.

Manu e Davi vão se apaixonar e também vão competir entre eles para ganhar o reality show proposto por Jonas Marra. Dessa competição certamente muitos conflitos interessantes podem surgir para a trama da novela.

Por último, cabe falar da trilha sonora, que vai de Elza Soares a MC Guimê, passando por Bonde do Rolê, um exemplo de como a novela quer abraçar as diversas faixas etárias e os mais diferentes públicos. As músicas casam, ainda, com o colorido e a agilidade de Geração Brasil.

Como nem tudo é perfeito, a novela tem Fiuk (Alex), que consegue ser canastrão mesmo com meia dúzia de falas a decorar.

Geração Brasil tem tudo para ser um sucesso, em especial porque fisga o telespectador em um ponto que ele sentia falta: o riso. O único cuidado que tem de tomar é o de criar uma identidade própria e não tentar a todo custo emular o sucesso de Cheias de Charme. Fôlego para isso a novela mostrou ter.

LEIA TAMBÉM

Geração Brasil tem a pior estreia de novela das sete em São Paulo

Silvio Santos encosta no Fantástico, derrota Superstar e bate recorde

Mamma Bruschetta luta para perder 100 kg e diz que já foi má

Com Ana Hickmann, Geraldo Luís tem virada surpreendente

Morador de Paulínia paga 'dízimo' para Record gravar Sabrina

Fã de Gloria Pires, 'A Usurpadora' desconhece Fernanda Montenegro

SBT pede para fãs se despedirem de Chaves em especial póstumo


​► Curta o Notícias da TV no Facebook e fique por dentro de tudo na televisão

Mais lidas

Leia também


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.