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Crítica | Novela das sete

Geração Brasil tenta ser moderna, mas consegue apenas ser chata

Estevam Avellar/TV Globo

Lázaro Ramos, Murilo Benício, Cláudia Abreu e Isabelle Drummond em cena de Geração Brasil - Estevam Avellar/TV Globo

Lázaro Ramos, Murilo Benício, Cláudia Abreu e Isabelle Drummond em cena de Geração Brasil

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 27/10/2014 - 17h53

Quando estreou, em maio deste ano, Geração Brasil trouxe a promessa de resgatar para o horário das sete a sua principal característica, o humor, perdido com Além do Horizonte, a confusa trama que a antecedeu. De fato, a novela apresentou dois personagens muito divertidos. Mas, ao tentar também trazer um pouco da cultura tecnológica para a tela, encontrou o seu ponto mais fraco: ao buscar ser moderna, com linguagem jovem, pecou por ser chata demais.

Ainda que tenha recuperado os índices de audiência perdidos com a trama anterior, Geração Brasil mostrou-se, ao longo do tempo em que ficou no ar, uma verdadeira decepção, em partes por se tratar de um folhetim assinado por Felipe Miguez e Izabel de Oliveira, a mesma dupla responsável pelo sucesso das empreguetes de Cheias de Charme (2012).

Em cena, grandes atores salvaram a novela de um verdadeiro fracasso. De todos no elenco, o destaque vai para Taís Araújo, na pele de Verônica, a jornalista que se envolve com o magnata da tecnologia, Jonas Marra (Murilo Benício). Taís conduziu sua personagem ora pela comédia, quando entrava em cena a mãe que não entendia nada de tecnologia e precisava aprender para se comunicar com o filho e também para voltar ao mercado de trabalho, ora pelo drama, quando a mãe dava lugar à mulher com os dilemas amorosos.

Mas grandes atrizes foram desperdiçadas em papéis indignos de seus talentos. É o caso de Aracy Balabanian (Iracema) e Renata Sorrah (Glaucia Beatriz). Esta última tinha tudo para ser outra grande vilã na carreira de Renata, como o foi a Nazaré de Senhora do Destino (2004), mas ficou só na promessa. E até mesmo Cláudia Abreu (Pamela) merecia personagem melhor, visto que ela é uma das principais estrelas da casa.

Confusa, a história ficou sem vilania por um bom tempo. Eis que Herval (Ricardo Tozzi) aos poucos foi abrindo os planos para desmascarar Jonas, o herói errante que perdeu todo o império construído à base de falcatruas. Na reta final, Herval revela sua “face do mal” e volta a assumir o posto de vilão. Tozzi pode ter melhorado muito como ator nos últimos anos, mas ainda não tem estofo para encarar um papel tão central e importante para a trama como esse.

Já na trupe do humor, funcionaram os personagens de Luís Miranda, a transexual Dorothy, e, principalmente, o de Leandro Hassum, que emprestou todo seu carisma ao atrapalhado e divertido Barata. Nesse ponto, a novela cumpriu com o esperado.

Em termos de texto e direção, apesar de bem alinhados, havia lacunas. A inserção de elementos gráficos que remetem ao universo tecnológico casou bem com a proposta da novela, assim como o figurino colorido, que em momento algum ficou over. A direção, como um todo, foi bastante correta. Já o texto foi irregular, especialmente nos momentos em que os personagens conversavam sozinhos.    

A química do casal protagonista também deixou a desejar. Faltou liga, mesmo com o triângulo formado por Megan (Isabelle Drummond) e a posterior entrada de Arthur (Dudu Azevedo). Sem impeditivos por um bom tempo, o romance não engrenou e a demora para “complicar o meio de campo” de Manu (Chandelly Braz) e Davi (Humberto Carrão) só aumentou o desgaste dos dois.   

Por todo o potencial apresentado no início, Geração Brasil podia ter entregue mais. Ficou só na promessa e frustrou boa parte dos telespectadores.


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