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Análise | Haja Coração

Cristina Pereira resgata Fedora original e salva Tatá Werneck em Haja Coração

Estevam Avellar/TV Globo

Cristina Pereira na novela Haja Coração; atriz resgata Fedora original 29 anos depois - Estevam Avellar/TV Globo

Cristina Pereira na novela Haja Coração; atriz resgata Fedora original 29 anos depois

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 24/9/2016 - 5h57

Fedora, personagem de Tatá Werneck em Haja Coração, novela das sete da Globo, é uma garota extremamente mimada que faz de tudo para ganhar seguidores em suas redes sociais. Na disputa com sua principal antagonista, a inflenciadora Estelinha Salgado (Julia Faria), ela enche a casa de bichos e mendigos. A história de Fedora, até a metade da trama, parece andar em círculos, com poucos desvios de rota.

Mas nem sempre foi assim. Em 1987, a Fedora de Sassaricando, folhetim de Silvio de Abreu que inspirou a releitura de Daniel Ortiz, tinha outras características e, sem dúvida alguma, a mais divertida era o apetite sexual voraz da personagem, cuja graça muito se deu ao trabalho de Cristina Pereira. A atriz voltou à cena 29 anos depois, no mesmo núcleo de um dos principais papéis de sua carreira, desta vez na pele de Safira, uma prima distante da família Abdala.

Safira é um resgate da Fedora original: os trejeitos exagerados, o figurino para lá de exuberante, o penteado espalhafatoso e, claro, o desejo sexual que ela não faz questão alguma de esconder. Tudo nela remete à Fedora de Sassaricando. A presença de Cristina Pereira em cena só reforça a homenagem.

raphael Dias/gshow

Em Haja Coração, Cristina Pereira evita que a Fedora de Tatá Werneck fique repetitiva

A entrada de Safira em Haja Coração cumpriu outro papel de extrema importância para a novela: além da movimentação que um novo personagem sempre gera em folhetins, Safira contribuiu para tirar Fedora da repetição, evitando, assim, que ela se esvazie na história. Embora seja uma das figuras mais populares da novela, Fedora serve mais para preencher uma cota de humor necessário para o horário (e Tatá Werneck é mestre em fazer rir, verdade seja dita) do que para desencadear acontecimentos relevantes.

De início, aparentava um certo antagonismo com Tancinha (Mariana Ximenes), mas a disputa ficou adormecida. Com a entrada de Estelinha, Fedora intensificou suas maluquices de exposição virtual. Teve graça, sim, mas pouco contribuiu para o andamento de outras tramas na novela. De certo modo, Fedora parecia deslocada do restante da história, mas o autor conseguiu reinseri-la na narrativa sem perder sua principal característica, o humor.

Daí vem a importância de Safira. Na disputa pelo controle do Grand Bazaar, Fedora e o pai, Aparício (Alexandre Borges), travaram uma guerra. Como Safira detém 2% das ações da empresa, o apoio dela é fundamental para qualquer um dos lados. Ciente de seu poder, Safira joga com sua principal arma: a sedução. Faz a linha sedutora para Aparício e, para não ficar por baixo e perder a disputa, Fedora joga para cima da prima seu próprio marido, Leozinho (Gabriel Godoy).

As cenas que Cristina divide com Godoy são especialmente engraçadas para o público que não conhecia a Fedora original. E são nostálgicas para aqueles que acompanharam Sassaricando nos anos 1980 _repare na maneira como ela diz "Leozinho", entre sensual e deliberadamente canastrona.

A volta de Cristina Pereira prova, ainda, que a atriz foi um talento que a Globo deixou escapar (e foi subaproveitado na Record), mas que, felizmente, teve tempo de recuperar.


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