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RIP, Babilônia

Com final péssimo, Babilônia perde a chance de se redimir de erros

Reprodução/TV Globo

Gloria Pires em cena do último capítulo de Babilônia; personagem parece chorar pelo desastre da novela - Reprodução/TV Globo

Gloria Pires em cena do último capítulo de Babilônia; personagem parece chorar pelo desastre da novela

RAPHAEL SCIRE

Publicado em 29/8/2015 - 6h10

Três autores titulares e mais um time de sete colaboradores. Incrivelmente, ninguém percebeu que o último capítulo de Babilônia, uma das piores novelas das nove da Globo, seria também um dos piores capítulos da trama. Com ele, o folhetim perdeu a chance de se redimir de uma história fraca e repleta de irregularidades, aquela que seria a grande produção comemorativa dos 50 anos da Globo.

O jogo de gato e rato entre Beatriz (Gloria Pires) e Inês (Adriana Esteves) foi cansativo até o final. A empresária armou para que a advogada fosse incriminada por um crime que não cometeu, mas também foi presa pela morte de Carlos Alberto (Marcos Pasquim). Numa dessas coincidências folhetinescas, as duas acabam na mesma cela, onde brigam, mas fogem de lá juntas.

A cena final das vilãs, congelada da mesma maneira como termina o capítulo inicial de Babilônia, tinha tudo para ser icônica. Prestes a morrerem, elas se entreolham enquanto o carro em que estavam despenca de uma ribanceira. Mas faltou emoção ali. As duas, pelo contrário, protagonizaram uma sequência vergonhosa, cheio de gritos, na qual nenhuma fala nada com nada. Espanta, uma vez que os diálogos cortantes sempre foram um ponto alto da novela.

 Questão importante deixada para o último capítulo, a revelação do assassino de Murilo (Bruno Gagliasso) também deixou muito a desejar. Com uma confissão rasa de Otávio (Herson Capri), o público descobriu a identidade do assassino, mas não viu a cena do crime ser reconstituída.

A parte mais crítica do final de Babilônia pareceu ser o recado dos autores a toda a caretice que a novela enfrentou. Aderbal (Marcos Palmeira) manda explodir uma igreja para sair como salvador e o seu discurso anti-gay continha uma cutucada ao desenrolar uma bandeira gay da bomba plantada: "Essa bandeira com o arco íris é o símbolo dos destruidores da família brasileira".

As mudanças em Babilônia foram operadas justamente em nome da "família brasileira". Consuelo (Arlette Salles), a matriarca hipócrita e conservadora da família Pimenta, acaba na política ao se tornar governadora do Rio de Janeiro. Um final digno para uma personagem importante da novela.

Houve espaço, ainda, para um beijo entre Estela (Nathalia Thimberg) e Tereza (Fernanda Montenegro), um selinho mais tímido do que aquele beijo que elas trocaram no início. Ivan (Marcelo Melo Jr) e Sergio (Claudio Lins) também deram uma bitoca. Babilônia já foi mais ousada.

De resto, apenas firulas de último capítulo: coadjuvantes fechando suas histórias,  personagens felizes, vilões punidos e o casal principal feliz. A audiência correspondeu ao vexame apresentado: pífios 32,2 pontos na prévia, pouquíssimo para uma trama das nove, a mais baixa de todos os tempos. Gilberto Braga já fez melhor. 


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