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Retrospectiva 2013

Pouco carismáticos, vilões das novelas não convencem em 2013

Matheus Cabral/TV Globo

Lívia (Claudia Raia) aplica injeção letal em Raquel (Ana Beatriz Nogueira) em Salve Jorge, da Globo - Matheus Cabral/TV Globo

Lívia (Claudia Raia) aplica injeção letal em Raquel (Ana Beatriz Nogueira) em Salve Jorge, da Globo

PAULO PACHECO

Publicado em 27/12/2013 - 14h55
Atualizado em 30/12/2013 - 17h50

Os vilões da teledramaturgia em 2013 foram malvados, mas nem tanto. Alguns fizeram rir, tiveram carisma e ganharam a simpatia do público, como Félix de Amor à Vida. Outros fizeram rir para não chorar, de tão ruins, como Lívia, de Salve Jorge.

O telespectador esperou para ver quem seria a nova Carminha, antagonista de Avenida Brasil que conquistou o público em 2012. Logo veio a frustração. Lívia (Claudia Raia), de Salve Jorge, era ruim na maldade e na interpretação, em uma trama sem verossimilhança.

“Lívia não era carismática, Era uma vilã fria. Não tinha como torcer por ela”, comenta Nilson Xavier, especialista em teledramaturgia e colunista do UOL.

Quem melhor ocupou o lugar de Carminha foi Félix (Mateus Solano), de Amor à Vida: engraçado, carismático, sarcástico e, principalmente, malvado. O ódio os telespectadores por um vilão que jogou um bebê recém-nascido em uma caçamba se transformou em adoração a cada comentário ácido contra a família e os funcionários do hospital San Magno.

“Carminha e Félix são personagens mais próximos do cotidiano, encontráveis mais facilmente nas alamedas obscuras de cada telespectador”, explica Mauro Alencar, doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino-Americana.

Félix (Mateus Solano) sai do bar com o bebê de Paloma (Paolla Oliveira) em Amor à Vida, da Globo

Carisma

Maldade e carisma andam juntas para conquistar o público. Dessa forma, Laura (Celebridade (2003), Nazaré (Senhora do Destino, 2004), Bia Falcão (Belíssima, 2005), Flora (A Favorita, 2008) e, mais recentemente, Carminha tiveram ótima aceitação dos telespectadores, que se identificaram com as histórias delas.

“Vilões carismáticos falam ou fazem tudo o que gostaríamos de fazer, mas não podemos por uma questão de ética ou por amarras da sociedade. E muitos deles são muito engraçados também, como a Nazaré, o que faz o público gostar deles”, pontua Nilson Xavier.

A identificação com os vilões vem antes das telenovelas, segundo Mauro Alencar. “Muito antes da televisão, o romance A Escrava Isaura (1875) já causava furor nos leitores ávidos em saber qual seria a próxima crueldade de Leôncio. A sombra que todos nós possuímos estaria iluminada ou seria de certa forma resolvida pela identificação com a vilania. Não deixa de ser uma forma de catarse”, explica.

Vilã de Sangue Bom, da Globo, Amora (Sophie Charlotte) se regenera e vira professora de inglês

Regeneração

Mesmo carismáticos, os vilões não deixam de ser malvados, e o público espera que eles paguem pelos crimes que cometeram. Dessa forma, Lívia e Wanda (Totia Meirelles), de Salve Jorge, e Dionísio (Sérgio Mamberti), de Flor do Caribe, foram para a cadeia.

Alguns antagonistas, entretanto, se transformam no decorrer da trama e se tornam, inclusive, vítimas das maldades de outros personagens. Amora (Sophie Charlotte), a vilã de Sangue Bom, caiu em uma armadilha de Tito (Rômulo Neto), que terminou a novela na prisão.

“Amora, a ambiciosa que passa por cima de tudo e de todos para alcançar seus objetivos, tem um interessante arco de regeneração até o final da trama”, opina Mauro Alencar.

Vilão de Amor à Vida, Félix passa neste momento por uma regeneração. Renegado pelos pais, expulso de casa e demitido do hospital, ele se reconstruiu vendendo hot dog com Márcia (Elizabeth Savalla) em um dos poucos momentos divertidos da trama de Walcyr Carrasco, e está prestes a se tornar herói ao ajudar Niko (Thiago Fragoso).

“O autor vem justificando essa mudança em seu roteiro. Depois de tudo o que ele passou, o personagem vem se regenerando. Acho válido. Só me incomoda o fato de Félix nunca ter pago pelos seus atos maléficos: abandonou um recém-nascido numa caçamba de lixo, planejou o sequestro da sobrinha etc.”, critica Nilson Xavier.

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