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DRAMATURGIA EM ALTA

Após 'terror bíblico', novelas da Globo têm melhor semestre desde 2012

Fábio Rocha/TV Globo

Jeiza (Paolla Oliveira) comemora vitória em A Força do Querer: melhor ibope desde 2013 - Fábio Rocha/TV Globo

Jeiza (Paolla Oliveira) comemora vitória em A Força do Querer: melhor ibope desde 2013

DANIEL CASTRO

Publicado em 19/6/2017 - 5h30

Faz quase cinco anos que as novelas da Globo não passam por um momento tão bom no Ibope quanto agora. Depois de tomar um susto em 2015, com o desastre de Babilônia e o sucesso da bíblica Os Dez Mandamentos, na Record, as produções da Globo estão encerrando o melhor semestre desde 2012.

Principal produto da emissora, a novela das nove está no terceiro mês consecutivo acima dos 31 pontos de média, algo que não acontecia na Grande São Paulo desde a reta final de Império (2014).

Malhação, que nos últimos anos estacionou na faixa dos 14 pontos, não dá menos de 19 desde janeiro, e a troca de temporada, em maio, não derrubou o ibope, como acontecia antes. A novela das seis está longe do megassucesso que foi Eta Mundo Bom!, mas tem média superior (23) à das tramas do horário em 2014 e 2015. E Pega Pega, com 28 pontos, tem o melhor início da faixa das 19h desde Cheias de Charme (2012).

Há cinco meses consecutivos, as tramas da Globo cravam, no conjunto, média acima de 24 pontos. Não engatavam uma sequência nesse patamar desde agosto de 2012, quando os fenômenos Cheias de Charme e Avenida Brasil estavam na reta final.

É verdade que as novelas da Globo tiveram meses melhores que os de 2017, como as médias de março (27,6 pontos) e agosto (26,6) do ano passado. Mas foram casos isolados, reflexos dos finais de A Regra do Jogo e Eta Mundo Bom!, respectivamente.

A reação, justiça seja feita, começou em 2016. Só em dezembro, as quatro (ou cinco) produções da emissora tiveram média abaixo de 23 pontos. Em 2014, apesar do sucesso de Império, foi o contrário: só deram mais de 23 em um único mês (fevereiro).

Por trás do bom momento das novelas da Globo está Silvio de Abreu, 74 anos, autor de clássicos como Guerra dos Sexos (1983), Rainha da Sucata (1990) e A Próxima Vítima (1995), entre outros. Abreu lidera a maior renovação no time de autores da emissora. Atualmente, todas as novelas, com exceção de A Força do Querer, de Gloria Perez, são escritas por roteiristas que assinam pela primeira vez como autores _e não mais como colaboradores.

Muito criticado pelas intervenções em Babilônia, em que chegou a reescrever alguns capítulos, Abreu tem sido rápido e cirúrgico. Em abril, assim que as pesquisas mostraram que parte do público não estavam entendendo o contexto histórico de Os Dias Eram Assim, tratou de tornar a novela mais didática. A resposta no Ibope foi quase imediata, e a novela entrou nos trilhos.

O diretor de dramaturgia diária da Globo também tem tomado decisões impopulares. Cancelou várias produções após ler os primeiros capítulos. Em duas ocasiões, recorreu a Walcyr Carrasco para ocupar a vaga de projetos abortados.

Foi assim com Eta Mundo Bom!, que tomou o lugar de uma sinopse de Mauricio Gyboski (já reprovado duas vezes por Abreu), e com a próxima trama das 21h, O Outro Lado do Paraíso, encomendada para a vaga daquela que seria a estreia de Thelma Guedes e Duca Rachid na principal faixa da emissora.

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