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CAROL VIRGÜEZ

Brasileira de Crepúsculo reclama da falta de papéis na TV e acusa preconceito

PAULO PASSOS/DIVULGAÇÃO

Carol Virgüez atuou nas séries Conselho Tutelar, da Record TV, e Magnífica 70, da HBO - PAULO PASSOS/DIVULGAÇÃO

Carol Virgüez atuou nas séries Conselho Tutelar, da Record TV, e Magnífica 70, da HBO

Carol Virgüez tem 35 anos de carreira, protagonizou espetáculos premiados no país e ganhou projeção mundial após participar de um dos filmes da saga Crepúsculo. No entanto, tem poucos papéis na TV brasileira. Colombiana naturalizada (ela vive no Brasil há 38 anos), Carol acredita que não recebe convites porque os produtores têm uma visão estereotipada de seu perfil, além de preconceito com seu sotaque.

"Quando me chamam para fazer um personagem, ou mesmo uma participação, sempre é para interpretar a cigana. Eu não entendo por que eu não posso fazer outros personagens, como a juíza, a doutora, a amiga, a vizinha ou a cunhada", diz.

Prestes a estrear a peça Caranguejo Overdrive, em São Paulo, Carol trabalhou na TV pela última vez nas duas temporadas da série Magnífica 70 (exibidas em 2015 e em 2016), da HBO, na qual interpretou a dona de um prostíbulo.

Antes disso, ela protagonizou um episódio da série Conselho Tutelar, da Record, em 2014, na qual interpretou uma acumuladora. Também fez pequenas participações em novelas da Globo, como Laços de Família (2000) e A Vida da Gente (2011).

Embora esteja no país há quase quatro décadas, seu sotaque colombiano aparece em alguns momentos. E esse é o fator que ela aponta como principal impeditivo para trabalhos na TV que não estejam ligados ao seu estereótipo.

"Essa questão do sotaque é complicada. Tem pouco espaço na televisão para mim", desabafa. "Na série Conselho Tutelar tive a grata oportunidade de fazer um trabalho interessante sem ser a cigana. Em novelas é sempre uma participação, nunca fiz de fato um personagem. Não sei qual é a questão para não me chamarem. No teatro, eu posso ser tudo, não tenho limitações de idade, de gênero, de nada."

divulgação/lionsgate

No terceiro filme da saga Crepúsculo, ela contracenou com Robert Pattinson e Kristen Stewart

Amiga dos vampiros
Carol interpretou a índia Kaure no filme A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 1 (2011), e contracenou diretamente com os protagonistas Robert Pattinson e Kristen Stewart, intérpretes dos vampiros Edward e Bella.

Uma produtora, que conhecia a trajetória da atriz no teatro, a convidou para um teste sem dar muitos detalhes. Limitou-se a dizer que se tratava de um filme internacional. Semanas se passaram até ela receber a resposta com a sua aprovação. E Carol só soube que atuaria em Crepúsculo depois de assinar o contrato.

"Um dia me ligaram dizendo que eu tinha passado no teste, me chamaram no escritório para poder ler do que se tratava o filme. Não podia ser revelado a ninguém, havia um contrato de sigilo. Assinei. Só depois que assinei eu pude ler [o roteiro]. Foi uma oportunidade incrível. Filmei em Paraty [no Rio de Janeiro] as externas e depois fui para os EUA para gravar as cenas internas [em estúdio]", lembra.

REPRODUÇÃO/RECORD TV

Na primeira temporada de Conselho Tutelar, Carol Virgüez interpretou a acumuladora Beth

Mais brasileira do que colombiana
Nascida na Colômbia e sem saber falar português, Carol se mudou para o Rio de Janeiro aos 18 anos para estudar Artes Cênicas na Unirio e só voltou ao seu país como turista. Ela se naturalizou brasileira e iniciou sua carreira profissional em 1983.

"Você sabe como é a juventude, né? Cheguei aqui com 18 anos. E com essa idade a gente tem força, ímpeto e vontade. Como alguém vai para outro país, sem ter lugar para ficar, sem falar a língua e para ser atriz? Fui acolhida na universidade e aprendi [o idioma] com os meus amigos e professores", diz.

Inicialmente, ela trabalhou como artesã, professora e tradutora, mas hoje consegue se sustentar com seus trabalhos como atriz.

Ela estreia nesta quinta-feira (22) a peça Caranguejo Overdrive, no teatro Caixa Cultural de São Paulo, e tem se dedicado a dois filmes que contarão com outros artistas internacionais no elenco.

"São duas produções brasileiras com atores da América Latina. O que eu quero dizer é que estão abrindo algumas oportunidades e eu posso fazer personagens diferentes do estereótipo", comenta.


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