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PIONEIROS

No Dia da Consciência Negra, sete atores que quebraram barreiras na televisão

Fotos: Divulgação

Taís Araújo, Lázaro Ramos e Viola Davis: atores conscientes da luta dos negros na televisão - Fotos: Divulgação

Taís Araújo, Lázaro Ramos e Viola Davis: atores conscientes da luta dos negros na televisão

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 20/11/2017 - 7h04

Criado para promover a reflexão sobre a escravidão de africanos no Brasil, o Dia da Consciência Negra é celebrado nesta segunda (20). Na televisão, porém, não há muito o que se comemorar: apesar de maioria no país, a população negra ainda é pouco representada em novelas e séries _e, geralmente, surge em papéis de serviçais ou escravos. Há exceções: artistas que quebraram barreiras e conquistaram espaços inéditos.

É o caso de Taís Araújo e Lázaro Ramos. O casal não só abriu portas para os negros na TV como é militante da causa e está à frente de debates sobre racismo e o espaço dedicado a seu povo nas artes. Ou da grande dama do teatro, a veterana Ruth de Souza, que superou até o preconceito dos patrocinadores de uma novela para ser a primeira protagonista negra, na Globo, em 1969.

Há ainda pioneiros como Léa Garcia, a escrava vilã que, em Escrava Isaura (1976), tornava a vida da mocinha um inferno. Ou do premiado Milton Gonçalves, que pediu para Janete Clair um papel que não fosse de escravo ou empregado e ganhou um psiquiatra com diploma de Harvard em Pecado Capital (1975).

No exterior, os obstáculos são superados por atrizes como Viola Davis, a primeira negra a ganhar os cinco prêmios de atuação mais importantes da indústria. Ou de Laverne Cox, que fez história como a primeira transexual a receber uma indicação ao Emmy por seu papel em Orange Is the New Black.

Confira sete atores negros que fizeram história na TV: 

tata barreto/tv globo

Lázaro Ramos e Taís Araújo em cena de Mister Brau: série discute preconceito com humor

Taís Araújo e Lázaro Ramos
O casal 20 da TV brasileira é também um defensor ferrenho dos direitos dos negros. Neste ano, os dois entraram na lista dos cem afrodescendentes com menos de 40 anos mais influentes do mundo. Eles usam essa força para promover debates sobre racismo e para colocar o negro em destaque, como fazem em Mister Brau.

Os dois também quebraram barreiras: Taís foi a primeira negra a ter o personagem principal de novelas na Manchete (Xica da Silva, em 1996) e na Globo (Da Cor do Pecado, de 2004). Já Lázaro Ramos roubou a cena em Cobras & Lagartos (2006) e fez tanto sucesso que seu Foguinho virou o grande destaque da trama _um papel que lhe rendeu uma indicação ao Emmy Internacional. 

arquivo/tv globo

Ruth de Souza abraça o colega Sérgio Cardoso em cena de A Cabana do Pai Tomás, de 1969

Ruth de Souza
A atriz de 96 anos foi fundamental na abertura do mercado para negros no Brasil. No teatro, Ruth de Souza foi a primeira atriz de cor a subir no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1945. Na TV, também foi pioneira como a personagem feminina principal da novela A Cabana do Pai Tomás (1969), da Globo.

A obra, porém, é mais lembrada por causa de seu protagonista masculino, o ator Sérgio Cardoso. Branco, ele pintava a pele e usava peruca para interpretar o escravo Tomás. A controversa escolha de Cardoso para viver um negro foi um pedido da Colgate-Palmolive, que patrocinava as novelas da época. 

cedoc/tv globo

Léa Garcia com Rubens de Falco, os grandes vilões de Escrava Isaura: sucesso internacional

Léa Garcia
A atriz Léa Garcia pode se vangloriar por ser odiada em mais de 80 países. É que a veterana interpretou Rosa, a escrava má e invejosa que fazia de tudo para atrapalhar a vida da mocinha vivida por Lucélia Santos em Escrava Isaura (1976). A novela, um fenômeno de audiência, foi exportada para todo o mundo.

Aos 84 anos, Léa segue na ativa e, neste ano, participou da novela Sol Nascente e da série Mister Brau. Em 2005, ela levou um prêmio de melhor atriz no Festival de Gramado por seu trabalho no filme As Filhas do Vento. 

cedoc/tv globo

Milton Gonçalves viveu um psicólogo com diploma de Harvard em Pecado Capital: 'de gravata'

Milton Gonçalves
Contratado pela Globo antes mesmo da inauguração oficial da emissora, Milton Gonçalves faz bonito não só na frente das câmeras: ele também dirigiu a primeira versão de Irmãos Coragem (1970) e até escreveu peças de teatro que foram montadas pelo Teatro Experimental do Negro.

Amigo pessoal de Janete Clair, ele pediu à autora que escrevesse para ele um papel que não fosse de escravo, empregado ou capataz. Queria um personagem "de gravata", um profissional de destaque em sua área. A resposta de Janete veio em Pecado Capital (1975), na qual ele interpretou doutor Percival, um psicólogo formado em Harvard que atendia a esquizofrênica Vilma (Débora Duarte). 

divulgação/abc

Viola Davis em How to Get Away with Murder: ela já ganhou os prêmios mais importantes

Viola Davis
Uma das atrizes mais queridas dos Estados Unidos, Viola Davis atualmente estrela a série How to Get Away with Murder, no ar desde 2014. Versátil, com destaque na TV, no cinema e no teatro, ela se tornou a primeira pessoa negra a ganhar os três maiores prêmios da indústria: o Oscar, o Emmy e o Tony.

Viola também já venceu o Globo de Ouro e o Screen Actors Guild, completando a quintúpla coroa da atuação. E, como o pioneirismo está no sangue, ela é prima do ator Mike Colter, que interpreta Luke Cage na Netflix. O herói foi o primeiro negro a ganhar uma história em quadrinhos própria e não ser coadjuvante de brancos.

divulgação/netflix

Laverne Cox em cena de Orange Is the New Black: primeira trans a ser indicada ao Emmy

Laverne Cox
Sucesso na pele de Sophia em Orange Is the New Black, Laverne Cox enfrenta não apenas o preconceito por ser negra, mas também de ser transexual. Mas a atriz de 45 anos conseguiu superar as barreiras e se tornou a primeira trans indicada ao Emmy: em 2013, ela concorreu como atriz convidada de comédia; no ano seguinte, na categoria de drama.

Em 2015, Laverne fez história ao ganhar um Emmy como produtora do documentário The T Word, sobre sete jovens transexuais norte-americanos. Ela também entrou na lista das cem mulheres mais bonitas do mundo da revista People, das 50 personalidades LGBT mais poderosas do mundo da Out e das cem pessoas mais influentes da Time. Além disso, foi eleita a mulher do ano de 2014 pela Glamour.

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