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BRIGHT

Will Smith interpreta policial racista em filme: 'É curioso estar do outro lado'

Fotos: Matt Kennedy/Netflix

Um dos atores mais lucrativos do cinema, Will Smith estreia na Netflix como policial racista - Fotos: Matt Kennedy/Netflix

Um dos atores mais lucrativos do cinema, Will Smith estreia na Netflix como policial racista

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 12/12/2017 - 5h18

Um dos principais atores negros de Hollywood, Will Smith passou por uma situação curiosa enquanto rodava o filme Bright. No longa que chega à Netflix no dia 22, o astro interpreta um policial extremamente racista que é obrigado a trabalhar com o alvo de seu preconceito. "É curioso para mim, um afro-americano, estar do outro lado", conta o ator, de passagem pelo Brasil para divulgar a produção.

Bright se passa em uma versão fantasiosa de Los Angeles, na qual seres humanos dividem espaço com criaturas místicas como fadas, elfos e orcs. Smith define a obra como uma mistura do filme policial Dia de Treinamento (2001) com a premiada trilogia de fantasia O Senhor dos Anéis (2001-2003).

O personagem dele, o veterano Daryl Ward, é escalado para fazer dupla com o primeiro orc a entrar para a corporação. Depois de um incidente com o parceiro logo no início do filme, Ward acaba baleado e deixa claro seu rancor pelo parceiro de outra espécie.

"É muito curioso para mim poder ser preconceituoso com alguém, mesmo que seja um orc. Acho bastante revelador como nós sempre buscamos alguém para diminuir, de forma que possamos nos sentir melhores", diz.

Smith defende que o fato de ser uma ficção científica dá mais liberdade para que o texto tenha ofensas que não passariam em um drama baseado na realidade. "Nós podemos falar coisas que seriam impossíveis se fosse um personagem branco falando para um negro. A ficção científica abre essa possibilidade, mas também há um paralelo com a realidade."

Com uma fortuna avaliada em US$ 250 milhões (cerca de R$ 823 milhões), Smith conta que já sentiu na pele o preconceito policial.

"Imaginem, aos 17 anos eu já ganhava meu dinheiro, tinha um carro bacana. Sei bem como é ser parado por oficiais, conheço os ataques da polícia. Então foi estranho ter que me colocar no lugar deles, entender essa mentalidade", explica.

Joel Edgerton (à esq.) e Will Smith em cena do filme Bright: relação com racismo é invertida

Alvo do preconceito de Will Smith no filme, Joel Edgerton também "mudou de lado" durante as filmagens. "Sou um cara branco, nascido em uma família de classe média na Austrália. Posso dizer que tive muita sorte por nunca ter sofrido injustiças na minha vida", explica o ator, indicado ao Globo de Ouro de 2017 pelo filme Loving.

O australiano rapidamente entendeu que viver um orc mudaria sua percepção do mundo: a transformação em monstro levava cerca de três horas e meia todos os dias, e a maquiagem pesada o isolou do resto da equipe. "Eu me senti muito sozinho. Não podia ser eu mesmo quando estava 'preso' naquela coisa", desabafa.

Maluco fora do pedaço
Rodado nas madrugadas em Los Angeles, Bright deu a oportunidade de Will Smith descobrir áreas da cidade que passam longe da luxuosa Bel Air, onde "morou" na série Um Maluco no Pedaço (1990-1996).

"Minha casa é em Los Angeles, mas David [Ayer, o diretor] me levou para partes da cidade que eu não fazia ideia que existiam. É uma parte suja, perigosa, mas que tem tudo a ver com a atmosfera do filme", explica.

Para Edgerton, o longa vai além do entretenimento e tenta abrir os olhos da população sobre o mundo em que vivemos. "É sobre segregação, preconceito, bullying... Eu espero sinceramente que, depois de Bright, as pessoas passem a julgar as outras pelas ações que tomam, não pela aparência, crença ou roupas que vestem", filosofa.

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